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ARTIGO: A Liderança E no ano que começa

Construímos uma sociedade baseada em dados e à medida que a informação e a inteligência tornam-se domínio das máquinas, é necessário atribuir cada vez mais valor àquela habilidade humana que não pode ser automatizada: as emoções, a imaginação, a criatividade, a iniciativa, a intuição e tantas outras inerentes exclusivamente aos seres humanos.

04/02/2021

Darci Piana e Rubens Fava são autores do livro “Liderança E – Exigência para uma sociedade ética e justa”

 

Estamos no limiar de um novo ano. E os acontecimentos que estamos vivenciando trazem ao líder E o desafio de se reinventar, para ajudar a reinventar sua empresa. São oportunidades de aprender a desaprender e reaprender novamente.

No último ano, por exemplo, aprendemos que o externo não depende do líder, depende das circunstâncias, das intempéries, mas o de dentro só depende de nós. E não precisa de controle, precisa de equilíbrio.

Muitas das angústias vividas nesse turbilhão de emoções resultam do esforço para que a matéria, impermanente, permaneça indefinidamente. Em vão: a vida é impermanente, apesar disso, insistimos em querer manter e conservar.

Neste momento de crise tem sido um exercício o ato de saber diferenciar o que é permanente do impermanente. Aprender a separar-se para poder ligar-se novamente. Destruir para construir.

O trabalho em equipe, linhas de comunicação abertas e de maneira virtual e mais intensa, cooperação, saber escutar e dizer, são rudimentos da inteligência social que devem ser resgatados e doravante permearem as ações.

É necessária uma nova mentalidade.

Construímos uma sociedade baseada em dados e à medida que a informação e a inteligência tornam-se domínio das máquinas, é necessário atribuir cada vez mais valor àquela habilidade humana que não pode ser automatizada: as emoções, a imaginação, a criatividade, a iniciativa, a intuição e tantas outras inerentes exclusivamente aos seres humanos.

Esta pandemia está nos fazendo acreditar que a linguagem da emoção irá afetar tudo, desde nossas decisões de compra até como trabalhamos.

Não podemos fechar os olhos para as transformações que estão ocorrendo de forma alucinante, fruto desta pandemia, nos vários segmentos e nos diversos pontos e de diferentes formas: no meio social, educacional, empresarial, econômico, político e pessoal. São mudanças de caráter irreversíveis que exigem a busca por novos caminhos, alternativas e diferenciais para que empresas consigam sobreviver.

Tudo isso nos obriga a construir uma nova percepção de mundo, nova forma de gerir os negócios. É preciso reinventar o presente, pois, procedimentos, ações estratégicas que davam certos não garantem mais sucesso no futuro.

Para lidar com este novo cenário não podemos mais adotar uma postura estática. Precisamos buscar, urgentemente, uma postura mais dinâmica e mais condizente com a realidade atual e futura que a pandemia está nos deixando como legado. Precisamos renovar nossos conceitos e atitudes e forma de trabalhar. Renovar não implica necessariamente em trocar, mas sim, em melhorar.

É fazer sempre mais com menos, principalmente neste período de escassez. Construir uma nova forma de agir, um novo modelo de gestão, muito mais participativo, embora ainda à distância.

Este novo modelo requer certa dose de confiança em que as respostas corretas sejam surpreendentemente simples. Requer sensibilidade e compreensão. Requer muita, muita dedicação, não importa em que momento, onde ou de que forma. Requer que a cumplicidade entre as pessoas ultrapasse os muros da empresa, requer gratidão, que pode estar em atitudes cuja grandeza muitas vezes está além de nossa compreensão.

O final deste ano de pandemia requer amor, sentimento que incentiva alguém a desejar o bem maior de outra pessoa, requer solidariedade que nada mais é do que o sentido moral que vincula a pessoa à vida. Requer compreender e aceitar que para alçarmos um sonho é preciso muito mais do que conhecimento científico. Requer esperança, enxergar além das nuvens: para isso é preciso sabedoria, que nem sempre se revela no momento em que precisamos e desejamos.

Mas, acima de tudo, requer união, que envolve mais do que afinidade e afeição. Como ensinou o Padre Vieira em seu Sermão na Igreja de Santa Engracia na Bahia, quando dizia mais ou menos assim: “dentre todas as coisas ainda que não sejam coisas a palavra é união. A união de tijolos é edifício, a união de ferros é navio, a união de homens é exército, até o homem é a união de corpo e de alma, porque, o edifício sem união é ruína, o navio sem união é naufrágio, o exército sem união é despojo e o homem sem a união de corpo e de alma é cadáver”.

O que seria de uma organização sem a união de todos?

Mas, somente união também não é suficiente, outras exigências se fazem para se manter uma aliança, como por exemplo, franqueza, sinceridade, lealdade, aceitar com a mesma serenidade tanto as críticas quanto os elogios e inúmeras, inúmeras concessões. Requer paciência. Dizem os livros que paciência é a virtude dos sábios, mas quem dirá que não é a calma maior do amor, do afeto cuidadoso para com nossos colaboradores, nossos parceiros, nossos amigos, nossa família.

 

 

 

 

 

Publicado por Silvia Bocchese de Lima

04/02/2021 às 15:06

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