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Turismo de aventura, araucárias e cachoeiras

A região do Centro-Sul do estado possui paisagens únicas com rios, saltos e florestas preservadas.

26/03/2020

Fernanda Ziegmann*

 

A região Centro-sul do Paraná
esconde belezas naturais
como cachoeiras
gigantes, grandes áreas cobertas
por araucárias e uma mistura de
culturas eslavo-germânica e italiana.
Povos ucranianos, poloneses, alemães
e italianos colonizaram as cidades.

Seus costumes, gastronomia, religião
e história estão presentes até hoje no
dia a dia das famílias, o que torna ainda
mais agradável a visitação por essas
terras. Essa região é também conhecida
como a Terra dos Pinheirais, pelo
grande número de Araucárias.

Salto São Francisco tem 196 metros de altura e fica na divisa de Prudentópolis, Guarapuava e Turvo. Crédito imagem: Fabio Dias – Acervo EPR

 

TERRA DAS CACHOEIRAS
GIGANTES

Prudentópolis é uma dessas cidades. Une tranquilidade, aventura, ecoturismo,
religiosidade (são mais de 100 igrejas espalhadas em seu território),
cultura ucraniana e mais de mais de 50 cachoeiras catalogadas, que
dão a Prudentópolis o título de Terra das Cachoeiras Gigantes.
O Salto São Sebastião, com 120 metros de altura e localizado estrategicamente
em frente ao Salto Mlot, com mais de 100 metros, é uma das
opções de visitação da cidade. É possível acessar a base dos saltos por meio de uma trilha, com direito a
cordas pelo caminho para dar mais
segurança aos visitantes aventureiros.

Esse para mim é o melhor
passeio de Prudentópolis. Era o
maior programa da minha adolescência,
sábado era dia de ir para
um rio com a turma de amigos. O
São Sebastião mistura aventura em
uma trilha cheia de emoção, mas
sem perigo. Ao chegar na base das
cachoeiras (uma com água gelada
e outra quente, pois fica de frente
para o sol), é hora de lavar a alma,
renovar as energias e contemplar a
natureza, que é maravilhosa.

Quem estiver por ali ainda pode
visitar a cabeça da cachoeira, uma
gruta natural e diversas cachoeiras
menores. Dá para aproveitar a viagem,
pois são quase 30 km da cidade,
e conhecer o Recanto Perehouski
que fica no meio do caminho.

Recanto Perehouski, em Prudentópolis. Crédito imagem: Divulgação

A trilha é leve e feita ao lado das
quedas e tem ótimos lugares para
tomar banho de rio. Estive no Perehouski
no início deste ano para
levar meu filho de sete anos para
conhecer uma das maiores belezas
de Prudentópolis. A trilha é tão tranquila que até ele se aventurou a desbravar
o rio, as grutas que estão pelo meio do caminho, ainda, arriscou
um banho de cachoeira. É um programa para a família inteira.

Irmandade dos Cossacos, homens trajados como guerreiros, com espadas e lanças, se revezam na vigília do Santo Sudário. (Crédito imagem: Turismo Prudentópolis)

A Páscoa é uma excelente época para visitar a cidade e conhecer sobre
a cultura ucraniana que preserva tradições milenares para comemorar a
data, como a bênção de alimentos e a guarda da igreja, em que homens
trajados como guerreiros, com espadas e lanças, revezam-se na vigília do
Santo Sudário, de sexta a sábado.

Na divisa de Prudentópolis com Guarapuava e Turvo está localizado o
salto mais alto do Sul do país, o São Francisco. São 196 metros de queda
livre que encantam não só pela altura e o grande volume de água, mas
também pela paisagem composta de paredões e floresta nativa.

Parque das Araucárias. (Crédito imagem: Prefeitura de Guarapuava)

GUARAPUAVA

Na parte do Salto São Francisco que pertence à Guarapuava está o Parque
Municipal São Francisco da Esperança, com trilhas para caminhada
e vista panorâmica da cachoeira. Para os mais aventureiros esportes
como o rapel, é uma boa pedida.

O Parque do Lago, a Lagoa das Lágrimas, o Parque do Jordão e o Parque
Municipal das Araucárias são paradas quase que obrigatórias para quem
passa pela cidade. O último possui aproximadamente 3.800 araucárias
preservadas, fauna rica e o Museu Entomológico Hipólito Schneider,
que conta com um viveiro de mudas e ervas, centro de conscientização
ecológica, além de um acervo de fósseis e animais empalhados.

A religiosidade também é sentida em Guarapuava. Desde 2006 a Prefeitura
realiza o Coral dos Anjos, em que reúne mais de três mil crianças
de 35 escolas municipais. Os pequenos artistas se reúnem no Parque do
Lago para um espetáculo sempre
próximo ao Natal. Seja morador
da cidade, ou não, é impossível
não se emocionar e cantar junto.

Outro espetáculo que movimenta
o município é a Paixão de Cristo,
encenada na Semana Santa.

A aproximadamente 30 km do
centro de Guarapuava, está o Distrito
de Entre Rios. Composto
por cinco colônias eslavo-germânicas
a arquitetura e os costumes
mantêm viva a tradição e seus traços culturais.

Colônia do Equilíbrio, em Irati. (Crédito imagem: Divulgação)

ROTA DO EQUILÍBRIO

A Terra dos Pinheirais é o lugar
propício para quem busca crescimento
interior, paz e harmonia. Em uma área de 3 mil m², a Colônia
de Equilíbrio de Dom Inácio de Loyola, localizada em Irati, oferta aos
seus visitantes caminhadas, terapias, reik, cromoterapia, fitoenergética
e massagens terapêuticas tudo isso com a missão de contribuir com o
desenvolvimento humano e crescimento espiritual.

Essa mesma paz pode ser encontrada ao se hospedar na Pousada Vila Vitória,
em Rio Azul, uma cidadezinha com natureza exuberante. Quando
ainda era estudante de Jornalismo fui a Rio Azul a trabalho e fiquei
hospedada na Vila Vitória, pousada aconchegante e acolhedora rodeada
de árvores e pinheiros. Lembro até hoje do canto dos pássaros e do
sossego do local.

Outra opção para descansar é o Hotel Fazenda Hidromineral Dorizzon,
situado em Mallet. Um ambiente perfeito para relaxar, contemplar a
natureza exuberante, com opções de lazer e saúde. No espaço do hotel
tem uma fonte de água mineral sulfurosa alcalino-terrosa, com propriedades
medicinais terapêuticas. Indicada para problemas articulares, do
aparelho digestivo e doenças de pele, a água sulfurosa ainda tem efeito
cicatrizante. Já a alcalino-terrosa auxilia na acidez estomacal e é hidratante
para a pele.

Rio Iguaçu, em União da Vitória. (Crédito imagem: ATEMA)

VALE DO IGUAÇU

Na divisa com Santa Catarina, com Porto União, está União da Vitória,
cidade cheia de memórias, cultura e belas cachoeiras. O município
é parte importante para o desenvolvimento do estado. Era pelo Rio
Iguaçu (que corta a cidade) que navegavam os vapores com erva-mate e
passageiros.

Localizado a 29km do centro de União da Vitória está o Parque Histórico
Iguassú, um espaço dedicado a contar a história da ocupação e o
desenvolvimento da região ao longo
do rio. São diversos roteiros:
trilha guiada no cenário histórico;
turismo pedagógico; almoço típico;
passeio de barco; hospedagem
em casas típicas; camping; e pesca.

Outro ponto importante na história
do estado se passa em União da
Vitória. Em 1905 foi inaugurada a
primeira estação ferroviária, pois
nessa época os trilhos da Estrada
de Ferro São Paulo Rio Grande
passaram a cortar a cidade. Com a nova estrada a extração de madeira
ganhou impulso e fez surgir inúmeras serrarias no município.

Além do progresso, a estrada de ferro levou a grandes conflitos entre
paranaenses e catarinenses pela disputa de terras, madeira e erva-mate.
Conhecido como Guerra do Contestado, terminada em 1916, desde
então a linha férrea passou a ser o limite dos estados, separando União
da Vitória (PR) de Porto União (SC).

TERRA DO VINHO

Ainda pelo Rio Iguaçu é possível fazer diversos passeios de barco. Um
dos destinos é Bituruna. Saindo do Parque Histórico, em União da Vitória,
a viagem dura cerca de quatro horas até chegar na cidade repleta
de atrativos, encantos, tradição e muito vinho.

Bituruna é um excelente destino para quem é amante de bons vinhos.
Pequenas vinícolas atraem cada vez mais turistas para a região, que podem
conhecer as parreiras e todo o processo de fabricação de vinhos e
sucos, além de participar de minicursos de harmonização.

Ao chegar na cidade é impossível não reparar no Garrafão Gigante que está
na entrada de Bituruna, parada obrigatória para tirar uma foto no monumento
de 18 metros de altura que é o símbolo do município.

* * * * *

*Fernanda Ziegmann é nascida em Prudentópolis e passou boa parte da sua adolescência aventurando-se nas cachoeiras gigantes. Há quinze anos mora em Curitiba onde formou-se jornalista.

 

Publicado por Silvia Bocchese de Lima

26/03/2020 às 11:03

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