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Jornal Valor destaca números do varejo brasileiro

Artigo: Darci Piana Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e vice-governador do Paraná

07/03/2024

O Jornal Valor Econômico, em sua edição de 22 de fevereiro, abriu
manchete para o comércio varejista do país. Conforme o jornal, em
2023 o total de estabelecimentos inaugurados chegou a 2,5 milhões de
lojas, representando um avanço de 8,1% em relação ao ano anterior,
que, por sua vez, havia crescido 9% sobre 2021, ano que fechou em
alta de 9,7%. A reportagem é assinada pela jornalista Adriana Mattos,
atualizada em 23/02/2024.

A Fecomércio PR publica abaixo um resumo da matéria, em sua
missão de informar aos empresários do comércio a força do nosso setor e a importância do Sistema Comércio, encabeçado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

País atinge 2,5 milhões de lojas, mas ritmo cai e coloca 2024 em alerta

O varejo conseguiu abrir mais lojas físicas e on-line em 2023,
após a pandemia ter engavetado projetos, mas o ritmo de aberturas
volta a perder força, segundo levantamento da Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), feito a
pedido do Valor.

Nesse cenário, a participação do varejo no total de negócios
em operação no Brasil registra queda, e o setor de prestação de
serviços, pela primeira vez, passou da metade do total de lojas em
operação (50,9%) no ano passado.

Para 2024, ganhou força o discurso entre as redes de
redução ou manutenção das aberturas frente ao ano passado, e as expectativas da maioria têm ficado mais perto do “piso” do
que do “teto” das projeções informadas ao mercado. Uma reação
mais forte na expansão dependerá do cenário de aceleração no
consumo, com possível liberação de crédito mais barato, após a
queda de juros, e permanência de queda da inflação.
Atacadistas, supermercadistas, redes de móveis e eletrônicos,
de produtos para “pet” e de moda têm seguido essa linha de recuo
ou estabilidade nas expansões neste ano.

Parte das cadeias de farmácia é a única com projeções de mais
aberturas, mas ainda assim há diferenças. A Pague Menos cortou
inaugurações, com o foco em uma reestruturação e queda de despesas com juros, e a RaiaDrogasil (RD) planeja elevar o número.

Os dados coletados pela CNC no Mapa das Empresas do Governo Federal mostram que, apesar do crescimento menor, a área
econômica da entidade destaca a expansão em cima de uma base
de comparação maior.

Os números desconsideram empresas abertas pelo regime do Microempreendedor Individual (MEI), que incluem pessoas físicas que
trabalham por conta própria, o que poderia comprometer a amostra.
“Ainda conseguimos manter um bom patamar total, com 2,5 milhões de empresas no setor, e há dados que sugerem que, entre aberturas
e fechamentos, o saldo final foi positivo em 2023”, diz Fabio Bentes,
economista da CNC. “Ocorre que os dados incluem registros de aberturas de lojas on-line, e é preciso considerar que o aumento de operações
de comércio eletrônico pode ter puxado a expansão no ano”.

Houve uma retomada mais rápida no desempenho do comércio
digital em 2023, frente ao varejo físico, historicamente com crescimento mais lento. Também há efeito da estratégia das grandes
plataformas de marketplaces de incentivarem a digitalização de
pequenos vendedores no país.

Nos dados também há abertura de filiais e unidades franqueadas das redes de comércio, captadas pelos novos registros de CNPJ da amostra. Esse tipo de negócio exige um menor volume de investimento do controlador da marca. “Abriram muitas franquias de até R$ 250 mil. Naquelas mais baratas, de R$ 80 mil a R$ 100 mil, como de bolos e cafés, tem gente tirando R$ 5 mil e está feliz”, diz um ex-diretor de uma rede de varejo.

Mesmo nesse negócio, o ritmo de aberturas desacelerou. O total de franquias cresceu 6,2% em 2023, para cerca de 196 mil – em 2021, a alta foi de 9%, e em 2022, de 7,8%. Em faturamento nominal, o avanço foi de 14%. Os fechamentos subiram menos que as aberturas.

Em redes como C&A, Magazine Luiza e Petz, para este ano a
percepção é que dá para tirar mais resultado dos pontos já existentes, em vez de injetar caixa (ainda caro) numa aceleração de aberturas. “Estamos considerando um número de 5 a 10 lojas novas em 2024, porque acreditamos que temos mais oportunidades de acelerar a venda por m2 de lojas que já temos do que em aberturas”, diz Paulo Corrêa, CEO da C&A, com 330 unidades. Em 2023, até
setembro, investimentos em novas lojas na rede de moda caíram 70% frente a 2022, segundo balanço.

O foco em tecnologia já tem sido um posicionamento comum das
grandes redes desde 2020, em parte, para manter a busca pela venda
protegendo caixa e reduzindo a pressão em despesas pré-operacionais.
Aberturas elevam essas despesas e podem reduzir margem.

No Magazine Luiza “o cenário agora é rentabilizar as nossas lojas atuais, então, no médio prazo, a gente não tem um plano de expansão”, disse em novembro a analistas, Fabrício Garcia, vice-presidente de operações. Na Petz, a empresa já indicou expectativa de 30 a 40 aberturas para 2024, mas com maior possibilidade de atingir o “piso” de 30 – e com gasto 20% menor por unidade aberta.

No negócio alimentar, GPA e Assaí revisaram seus investimentos. No primeiro caso, o grupo estimava abertura de 300 pontos de 2022 a 2024. Ocorre que, entre 2022 e 2023, foram inauguradas 132 lojas pelo GPA, e as 168 restantes, agora, serão abertas de 2024 a 2026. A mudança reflete a necessidade de “otimizar” gastos.

Aberturas têm função primordial de ajudar marcas a gerarem
escala mais rapidamente, ganhar visibilidade nacional e trazer novos consumidores. Fluxo de clientes e vendas maiores ajudam a
diluir custos e elevar lucratividade. Só que os dados de fluxo mostram que o brasileiro continua circulando menos nas lojas do que
quatro ou cinco anos atrás.

Segundo relatório de tráfego de clientes em lojas de shoppings
e de rua no Brasil, elaborado pela Virtual Gate, caiu 1,3% o fluxo
médio de consumidores em 2023 frente a 2022.

No quatro trimestre houve uma retomada, com alta de 2,5%,
mas incapaz de inverter a perda. Nos shoppings, houve estabilidade frente a 2022, mas nas lojas de rua a retração foi de 6%.

Isso obriga as redes a tentar tirar mais venda daquele cliente
que entra na loja e que navega pelo site e “app”, o que torna
obrigatória formas de repensar a loja física no Brasil, afirma
Alberto Serrentino, da Varese. O tema voltou a ser foco de discussão em janeiro, na NRF Retail Big Show, a feira global do
setor em Nova York.

“O cliente hoje tem muito mais alternativas de canais, então
será a consistência da experiência do consumidor na loja que fará
a permanência dele no canal”, diz. “Além disso, o comércio ainda
não conseguiu dar ao brasileiro uma jornada sem atrito na compra
integrada no on-line e na loja”.

Para Serrentino ainda há espaço para aprimorar a jornada do
consumidor na loja e entender o valor nessa jornada, que hoje já
mistura completamente o digital e o físico.

Publicado por Silvia Bocchese de Lima

07/03/2024 às 10:03

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