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Comércio e serviços puxam retomada com 1,48 milhão de empregos

Análise da CNC mostra que setores mais afetados pela pandemia voltaram a contratar, repercutindo positivamente a vacinação e o retorno gradual do trabalho presencial

09/08/2021

Fonte: CNC

Setores da economia buscaram mitigar o impacto da crise sanitária iniciada em 2020. Agricultura e indústria, por exemplo, contaram com exportações, favorecidas pelo câmbio. Comércio e serviços, no entanto, não puderam se apoiar na saída externa e foram mais impactados. O primeiro ainda encontrou alguma proteção nas vendas on-line, mas o segundo teve poucas alternativas. 

— Em serviços, a receita chegou a cair 25%. Foi o setor que mais demorou a superar a pandemia — explica Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). — Em maio de 2021, finalmente recuperou as perdas da pandemia. Vemos agora uma luz no fim do túnel, com a perspectiva de um segundo semestre positivo.

De fato, entre junho de 2020 e maio deste ano, comércio e serviços puxaram a geração de empregos, segundo a análise da CNC com base no novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Comércio, apresentando saldo de 642,9 mil, e serviços, com 838 mil, foram os maiores responsáveis por vagas em números absolutos: 1,48 milhão de postos ou 57,3% do total.

Serviços cresceram 4,6%, contra 15% da construção, área que mais avançou proporcionalmente. O percentual já é o suficiente para gerar um saldo expressivo, indicando que o último setor a reaver o nível de atividade pré-pandemia voltou a computar mais admissões do que desligamentos.

Entre os setores, informática foi um dos que alcançaram maior expansão. De janeiro a maio de 2021, foram 35.320 vagas. Destaque para as áreas web design e desenvolvimento de programas de computador. 

Outro setor em franca ascensão, o sucroalcooleiro, registrou exportação recorde de açúcar em 2020: chegou a 30,8 milhões de toneladas, com expansão de 72% em relação a 2019. O crescimento extraordinário se reflete na busca por profissionais no segmento.

Em contraponto, áreas altamente impactadas pela pandemia começam a indicar ampla recuperação, como é o caso de transporte aéreo e rodoviário.

Nos últimos doze meses até maio, destacaram-se atividades como as de engenheiros aeronáuticos (aumento de 20,8% em relação ao estoque de postos de trabalho de maio de 2020), monitores de transporte escolar (+18,5%), cobradores de coletivos (+18,4%) e comissários de voo (+13,5%).

— A presença de profissionais ligados ao setor aéreo no ranking das profissões com maiores altas surpreende e sugere uma expectativa mais favorável para o setor nos próximos meses —observa o presidente da CNC, José Roberto Tadros. — Acreditamos que poderá ocorrer uma reação significativa desse setor nos próximos meses caso haja continuação na redução de contaminações pela pandemia.

No caso do transporte terrestre, a quantidade de pessoas em terminais cresceu 35,1% entre março e junho deste ano. Mas o fluxo ainda não alcançou os níveis pré-pandemia: está 14,3% menor do que o registrado em fevereiro de 2020. Por outro lado, o movimento de contratação indica um aumento da confiança para os próximos meses.

SOLUÇÕES

Desde o início da pandemia, a CNC trabalha no enfrentamento da conjuntura adversa. Entre 2020 e 2021, a entidade sugeriu ao governo federal medidas nos âmbitos trabalhista, tributário, financeiro e jurídico. Iniciativas focadas em reduzir impactos negativos da crise nas empresas, manter empregos e desburocratizar a obtenção do crédito.

Das 16 propostas encaminhadas pela CNC, oito foram implementadas e geraram benefícios para empresas e empregos. Pontos como linhas de crédito do BNDES e a prorrogação da carência para início do pagamento dos empréstimos no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Outras seis sugestões foram implementadas parcialmente, como a que postergou o envio das obrigações acessórias e do recolhimento do imposto de renda e demais contribuições federais, das pessoas jurídicas e físicas, pelo prazo de 180 dias.

— Ao defender as empresas do comércio de bens, de serviços e de turismo, a CNC está defendendo também os empregos que são gerados, a renda dos trabalhadores e os investimentos. É isso que mantém a roda da economia funcionando e é assim que vamos partir para uma retomada segura, com o avanço da vacinação e o controle da pandemia — ressalta o presidente da CNC.

SENAC

Nesse cenário de pandemia, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) manteve o compromisso com a formação profissional, agora com um novo impulso para o ambiente on-line.

Mesmo com o fechamento das escolas para aulas presenciais e a redução da alíquota de contribuição social destinada pelas empresas aos serviços sociais autônomos entre os meses de abril e junho, a instituição superou a marca de 71 milhões de atendimentos desde o início de suas atividades, em 1947.

A instituição qualifica e prepara os profissionais do comércio de bens, de serviços e de turismo. Respondendo aos desafios da pandemia, o Senac expandiu a oferta de qualificação à distância na área de tecnologia da informação e comunicação, com 40 cursos à distância, que alcançaram 21.608 matrículas.

Já o Programa Senac de Gratuidade (PSG) recebeu 331.595 matrículas e ofertou 62,9 milhões de horas-aula em 2020, quando também 136 mil adolescentes e jovens foram atendidos em programas de aprendizagem. Desde a criação do programa em 2008, o Senac já beneficiou aproximadamente três milhões com o PSG. No ano passado, a iniciativa recebeu investimento de R$ 1,6 bilhão.

Periodicamente, o Senac levanta os impactos de suas ações formativas na empregabilidade dos alunos egressos, observando a absorção pelo mercado de trabalho e a receptividade das empresas.

Estudo realizado com os egressos formados no Senac no ano de 2017 mostra que 75% dos que iniciaram o curso desocupados conseguiram trabalho durante ou após o curso. Quanto aos benefícios profissionais, 55% informaram ter obtido aumento salarial, 43% mudaram de área de atuação, e outros 24% conseguiram uma promoção.

Na avaliação com empregadores, 92,8% responderam afirmativamente quando perguntados se egressos certificados pelo Senac tinham um diferencial positivo nos processos de contratação. Quanto aos motivos, 98% deles destacaram a credibilidade institucional da organização; 96,3% fizeram referência à qualidade dos cursos; e 90% levaram em conta as experiências positivas com contratados. 

Para o economista Fabio Bentes, esforços como os da CNC e Senac, assim como as novas contratações, permitem visualizar comércio e serviços retomando a importância que têm para o país:

— A desaceleração da pandemia a partir do segundo trimestre de 2021, o avanço da vacinação no Brasil e a consequente tendência de queda no isolamento da população têm possibilitado o reaquecimento. 

 

 

Publicado por Estagiários Jornalismo

09/08/2021 às 12:26

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