O presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, esteve em Curitiba na manhã desta quinta-feira (28), dando início a chamada “Caravana da Unidade”, uma série de encontros para fortalecer sua reeleição à presidência do partido e mobilizar candidaturas próprias da sigla no maior número de capitais destas eleições.

Depois de reunião na sede do PMDB, Temer participou de um encontro com empresários e representantes do setor produtivo. “O objetivo de hoje é efetivamente ouvi-los porque o que tem havido no país são muitos pronunciamentos sem a audiência daqueles que na verdade representam a comunidade brasileira”, disse o vice-presidente no começo de seu discurso.

Representando os empresários do comércio de bens, serviços e turismo paranaenses e o G7, grupo que congrega as sete principais entidades do setor produtivo, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Darci Piana, apresentou as reivindicações da classe empresarial. “Estamos aqui dispostos a um diálogo franco, aberto, como sempre fizemos, e colocamos nossas entidades à disposição para ajudar e contribuir com ideias, para que o governo efetive as melhorias necessárias à produção industrial, à agricultura e ao comércio.  Esperamos que esse diálogo que começa aqui no Paraná possa ser desenvolvido em todo o país e que possamos dar continuidade às nossas empresas, contribuindo com nosso país, cumprindo com nossas obrigações, mas também, recebendo a contrapartida necessária de nossos governos”, postulou.

Durante o encontro, que incluiu representantes da Fecomércio PR, da indústria, agricultura, do judiciário, OAB, além de lideranças religiosas, Temer foi questionado sobre a falta de crédito, a reforma da previdência, investimentos na área da saúde, a criação dos Tribunais Regionais Federais e o excesso de tributos criados para elevar a arrecadação do governo durante a crise.

Para o vice-presidente, o Brasil já viveu crises piores, que iam além das dimensões política e econômica, chegando a a uma crise institucional, o que provocou a mudança da ordem constitucional por inúmeras vezes. “Estamos sim, em uma crise muito grave e precisaremos mais uma vez usar os princípios constitucionais. Nós temos amparo constitucional para dizer que a iniciativa privada tem que ser prestigiada porque garante os empregos em nosso país, é a força motriz do próprio governo. O governo, por si só, não pode ser populista, inchar a máquina do Estado, mas deve ser participativo, e esta participação vem precisamente do incentivo à iniciativa privada, que hoje, convenhamos, está muito decepcionada”, reconheceu.

Para finalizar, Temer afirmou que a Caravana da Unidade é uma tese do PMDB, mas que precisa ser ampliada para todo o país. “Não basta a unidade de um partido, é preciso a unidade do país. E hoje mais do que nunca, precisamos da pacificação nacional, da reunião dos vários setores com o governo. Se não fizermos isso, não sairemos da crise”, asseverou.

Texto: Karla Santin – karla@pr.senac.br