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Logística reversa esbarra no alinhamento entre leis e acordos setoriais

Palestra do vice-presidente da Fecomércio PR e presidente do Sirecom-PR, Paulo Nauiack, aborda dúvidas e dificuldades enfrentadas pelo setor comercial e industrial do Paraná

28/06/2013

As principais dificuldades em relação à logística reversa foram abordadas em uma palestra ontem (27), durante o III Simpósio Nacional de Reciclagem Agrícola que ocorre em Curitiba até hoje (28).  A palestra “Logística Reversa: dúvidas e dificuldades enfrentadas pelo setor comercial e industrial no Paraná” foi ministrada pelo presidente do Sindicato das Empresas de Representantes Comerciais e dos Representantes Comerciais Autônomos no Estado do Paraná (Sirecom-PR), presidente do Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Paraná (Core-PR) e vice-presidente da Fecomércio PR, Paulo Nauiack.

Um dos problemas recorrentes na implantação da logística reversa, segundo Nauiack, é que muitas leis estaduais sobrepõem os acordos setoriais. Para o palestrante, é preciso que haja um entendimento de todas as instâncias envolvidas na cadeia da logística reversa. “A necessidade é que os acordos sejam nacionais. Nós não podemos ter um acordo regional em detrimento de um acordo nacional”, defendeu. “Os problemas são inúmeros, como a questão do licenciamento ambiental para você fazer a coleta e o transporte dos resíduos”, exemplificou.

De acordo com Nauiack, o varejo foi pioneiro no recolhimento de embalagens. Grandes grupos como Pão de Açúcar, Unilever e Carrefour, ou até mesmo o paranaense Muffato, já fazem o recolhimento de embalagens há mais de dez anos. Outra cadeia produtiva que já possui um bom retorno na logística reversa é o de agrotóxicos, com 94% das embalagens recolhidas. De acordo com o palestrante, isso ocorre porque existem regulamentações que obrigam e monitoram o recolhimento dessas embalagens.

Segundo Nauiack, as instâncias públicas têm o poder de estimular o processo por meio de leis que regulamentem e incentivem o uso de resíduos sólidos. Ele cita a cadeia da borracha de pneus, que pode ser incluída na fabricação de revestimento asfáltico e quadras poliesportivas.

Para Nauiack, a bandeira verde da ecologia não resolve o problema dos resíduos sólidos. “As cadeias têm que dar retorno financeiro”, defendeu. Para ele, as discussões e acordos setoriais são importantes para a construção das soluções, mas não se pode esperar, é preciso colocar em prática essas soluções, identificar os gargalos e ir ajustando com o tempo.

Conceito

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, introduziu na legislação brasileira os conceitos de gestão de resíduos sólidos. Um dos aspectos abordados pelo plano é o da logística reversa, instrumento caracterizado por viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, visando o reaproveitamento em seu ciclo ou outra destinação final que seja ambientalmente adequada.

Para viabilizar a implantação da logística reversa são necessários planos setoriais, firmados entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, que visam à responsabilização compartilhada pelo ciclo de vida do produto.

Publicado por admin

28/06/2013 às 14:02

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