Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje no dia 14 de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de receitas do setor de serviços cresceu 1,1% na passagem de junho para julho de 2021, já descontados os efeitos sazonais. O resultado mensal veio próximo à expectativa da Confederação nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) – que projetava variação de 1,2% ante o mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve variação +17,8% – taxa influenciada pela baixa base comparativa decorrente do início da flexibilização da quarentena após a primeira onda de contaminação da população.

Apenas dois dos cinco grupos de atividades apresentaram variações mensais positivas com destaque para os serviços prestados às famílias (+3,8%). Registrando quatro avanços mensais desde o arrefecimento da segunda onda da pandemia, os serviços prestados as famílias acumularam avanço de 38,4% desde abril. No entanto, o nível de geração de receitas dessas atividades ainda se encontra 23,3% abaixo do registrado em fevereiro de 2020. Indicadores de monitoramento do Google revelam que a concentração de consumidores em áreas residências recuou pelo quarto mês seguido (-4,0% na passagem de junho para julho) e, ao fim de agosto era apenas 5,6% maior que o nível observado em fevereiro de 2020. A queda do isolamento social associada à desaceleração no número de casos de contaminação e mortes pelo novo coronavírus tem viabilizado a retomada dessas atividades, sobretudo os serviços de alojamento e alimentação (+42,3% em relação a março deste ano). Assim, a sequência de ganhos reais mensais fez com que o setor registrasse, em julho, volume de receitas 3,9% superior àquele verificado em fevereiro de 2020, sendo superado apenas pelo comércio com avanço de 5,9% no mesmo período. Com volume de receitas 24,6% inferior ao verificado em fevereiro de 2020, o turismo ainda deverá demorar a registrar ganhos nessa base comparativa. Contudo, o segundo semestre de 2021 já apresenta sinais claros maior de dinamismo nas atividades turísticas.

As perdas mensais de receitas, por exemplo, recuaram pelo quarto mês consecutivo e tendem a se reduzir na medida em que as barreiras à circulação de turistas forem relaxadas. Em julho, as atividades turísticas somaram R$ 17,4 bilhões em perdas e operavam, em média, com 63% da sua capacidade de geração de receitas, segundo levantamento realizado pela CNC. Pelas contas da entidade o setor já acumula perda de R$ 413,1 bilhões desde o início da crise sanitária.

Regionalmente, os Estados de São Paulo (R$ 171,6 bilhões) e do Rio de Janeiro (R$ 50,2 bilhões), principais focos da Covid-19 no Brasil, concentram mais da metade (54%) da perda nacional de receitas com serviços turísticos.

Outro sinal claro da aposta na recuperação do setor tem sido a reação do mercado formal de trabalho. Pela primeira vez desde o início da pandemia, as atividades turísticas acumulam mais admissões (1,061 milhão) do que desligamentos de funcionários (1,018 milhão), de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Assim, em relação ao estoque de funcionários de julho do ano passado, o saldo de 42,6 novas vagas ampliou em 1,4% a força de trabalho do setor.

Finalmente, embora ainda não tenha se “normalizado” em torno dos 2.000 voos diários que eram registrados antes do início da crise sanitária, o fluxo de aeronaves nos principais aeroportos do país vem apresentando crescimento robusto desde abril deste ano tendo avançado 27% em julho e 1% em agosto.

Para os próximos meses a tendência é de que os serviços (especialmente, o turismo) ganhem dinamismo, na medida em que o evidente efeito positivo da vacinação da população sobre a atividade econômica se soma à baixíssima base comparativa de 2020. Neste contexto, a CNC revisou de +18,2% para +19,1% sua projeção para a variação do volume de receitas do turismo. De forma semelhante a previsão da entidade para o setor de serviços também foi revidada de +5,8% para +6,2% ao final do corrente ano. Em ambos os casos, confirmadas as previsões, essas atividades registrariam às maiores taxas de crescimento desde o início da PMS.

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